E de repente, tudo recomeça. Finalmente, e ao fim de tanto tempo, o tempo perdido em casa valeu a pena. Parece tudo novo. Aquela sensação esquisita de quando estamos num local e na realidade não sabemos bem se lá estamos ou não. Aquela disputa entre o bem e o mal que te faz levantar voo. O sim e o não que te deixam confuso. O branco que parece branco, mas na realidade nem branco é. A luta contra a corrente que te faz perder a energia e acreditar que não consegues, mas de repente te faz sentir o maior do mundo mesmo sabendo que não o és. Meia dúzia de frases sem sentido, se tornam em meia dúzia de verdades, que te fazem não querer estar ali. Um apenas olá, se torna num sentido adeus que tenta fazer sentir mal. Umas quantas imagens fazem-te recuperar a memória e os momentos que jamais regressam; e ao mesmo tempo fazem-te sentir zonzo. Uma simples caneta, da qual saem palavras que tu não queres e te deixam cada vez mais embaraçado. Desorientado e sem rumo.
Assim é a verdade. Uma simples palavra que te faz pensar no que é a liberdade, se é bom ou mau ou se simplesmente não é. Aquilo que te faz pensar em quem tu és e se realmente estás ali. A verdade é assim; inesperada, vazia, fria e crua. Diz o que quer sem pensar se está a magoar alguém; simplesmente diz. A verdade, faz-te levantar voo até ao céu e nunca mais voltar.
E de repente, meia dúzia de frases sem sentido se tornam num texto. Meia dúzia de verdades.